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"Debaixo d'agua tudo era mais bonito"
 

Logo no primeiro dia de atividades em Paraty, nosso primeiro projeto foi o estudo da biologia marinha atravez de um mergulho. Para tal recebemos as instrunções e o preparo emocional. Aquando finalmente demos nosso passo de gigante nos vimos imersos em um universo a parte, completamente desconhecido para nos alunos que tanto estamos em terra firme.
Sob as águas geladas de Paraty mergulhamos até 6 metros de profundidade e, nessa experiência, pudemos observar um pouquinho da fauna e flora daquele ambiente tão cheio de vida, cores e texturas.

BIOLOGIA MARINHA

Assim que começamos a deslumbrar aquelas águas foi possivel ver diversos peixes, de diversos tamanhos, cores e formas.
Observamos também alguns seres peculiares como ouriços e estrelas do mar, criaturas que compoe o filo Echinodermata ou Equinodermas, caracterizado pelos "espinhos" na pele. A famosa estrela do mar é uma representante da classe Asteroidea, animais rastejadores, vida livre e de 5 ou mais braços ou raios.
Já o ouriço do mar, é um representante da classe Echinoidea, animais que tendem a um formato ovadado, possuem simetria radial e bilateral e espinhos articulados.

Outras criaturas também ilustraram nosso passeio maritimo, como algunas representantes dos filos Poriferos, Cnidários e até mesmo Cordados. Dentre eles, corais, aguas vivas e o misterioso ascidia, cordado do grupo dos urocordados que pode, facilmente, ser confundido com um porífero.

Poríferos

Seres exclusivamente aquaticos, caracterizados pela presença de poros.
Provavelmente oriúndos do desenvolvimento de seres unicelulares que viviam em colônias.
Não possuem tecido definido e, consequentemente, são ausentes de orgãos ou sistemas.
São animais fixos a um substrato e sobrevivem como filtradores, alimentando-se de restos organicos e ou microorganismos presente na água.

Cnidários

Os princípais representantes dos cnidários são as aguas do mar ou mesmo os corais e anemonas.
Animais que já possuem diferenciação de tecidos mas ainda ausente de orgãos.
Possuem uma digestao com parte extracelular e parte intracelular.
É possível notar a simetría radial no corpo destes.
Dentro dos cnidários existem animais natantes, como as medusas e animais sésseis, como os pólipos.
Uma das mais marcantes características destes animais é a presença dos cnidócitos, importantes para a defeza e predação destes animais. 

Cordados

Especificamente no caso dos cordados, pudemos observar a curiosa ascidia, uma criatura que pode, facilmente, ser confundida com um porífero, mas é um cordado como nós humanos.
Curiosamente estes representantes do grupo Urochordata, é fixo ao substrato, são ermafroditas e suas larvas são livre natantes.
Possuem tecidos definidos e orgãos, e apresentaram em algum momento do seu desenvolvimento, as características fundamentais dos cordados, como a presença das notocordas, tubos nervosos, fendas e calda pós-nadal.

O coral babão ou Palythoa caribaeorum é um coral atipico, possui uma secreção pegajosa a qual lhe da o nome popular, esta substância é alvo de inúmeras pesquisas e estudos que já chegaram a mostrar suas propriedades analgésica e anti inflamatórias.
O coral é também um acumulador de matais pesados, enaltecendo sua importância para o estudo dos impactos e poluição da água local. Como mostra o artigo de Henrique Leonel de Oliveira Costa, Diego. "Avaliação do zoantídeo Palythoa caribaeorum (Cnidária, Anthozoa) como bioacumulador de metais pesados." (2007).

Coral Babão

MANGUEZAL

Após um frio trajeto de escuna nós chegamos a terra firme de uma baía, onde, logo atrás daquelas areias se encontrava o tão mal falado manguezal.
Mas a pergunta é... Mal falado por que?
Seu odor característico, devido a granade atividade de agentes decompositores anaeróbicos, remete a muitos a idéia de podridão e esgoto, mal sabem estes que o mangue é um bioma de uma riqueza incomparável e berço de muitas criaturas marinhas tão admiradas pelos mesmos que criticam o mangue.
O manguezal com o qual tivemos contato é classificado como mangue branco ou 
Laguncularia racemosa, dentro das possíveia classificações como o mangue branco, vermelho e preto.
O mangue é um bioma formado pelo encontro do rio com o mar, de grande deposição de matérias orgânicas, é um ecossistema tipicamente tropical, composto por árvores e arbustos que crescem em regiões litoraneas protegidas e praias lodosas, desembocaduras de rios.

BIOLOGIA 

Apesar dos amparos legais de defeza ambiental estabelecidas no Brasil, os mangues estão sujeitos a um constante processo de degradação ambiental estimulado pelo preconceito e desinteresse das pessoas para com este bioma.
Muitas comunidades dependem dos manguezais para sua sobrevivência, a partir da pesca atezanal ou das atividades turísticas. Os mangues explorados pela população local, historicamente, eram preservados e não sofriam grande impacto com estas atividades até a chegada das indústrias imobiliárias e os interesses financeiros em obter áreas em frente ao mar, ignorando o impacto ambiental promovido pelas construções.
-Estudos mostram uma perda média de 1% ao ano de área de manguezais.-
Os mangues são também grandes e importantes depositores de gás carbônico da atimosfera, os chamados sinks, contribuindo para o controle do efeito estufa no planeta.

 

As espécies vegetais destes espaços adquirem características peculiares, devido aos diferentes sedimentos presentes nestes biomas. Algumas adaptações que prevaleceram pelo processo de seleção natural são fundamentais para a sobrevivência da diversidade vegetal local, como as raízes aéreas, que mantem-se sempre com extremidades acima da altura da lama, o que ajuda na oxigenação devido a escassa presença de O2 na fina lama dos mangues, outra importante adaptação é a presença de poros na extensão das plantas que auxiliam na eliminação do excesso de sais absorvidos pelas raízes.
 

É possível obter mais informações clicando nas imagens.

"TRILHA DO SONO"

BIOLOGIA EM TRILHA

No último dia de atividades dia em Paraty, nosso destino era a trilha do sono, ao final da trilha deliciamos de um banho de mar na praia de paraty habitada pela caiçara. Durante o trajeto, desfrutávamos de momentos de rara beleza em meio á Mata Atlântica. Este bioma possui árvores de médio e grande porte, formando uma floresta fechada e densa, tipicamente uma floresta tropical úmida que se extende por quase todo o litoral brasileiro estando, conseguenteimente, em variadas condições fisicas e climáticas, favorecendo a grande diversidade que a compõe.

A Mata Atlântica e composta por vários ecossistemas que incluem as faixas litorâneas ao longo da costa, com seus manguezais, restingas e mata de encosta. Os manguezais são ecossistemas tropicais caracterizados pela transição entre as paisagens terrestres e o ambiente marinho, estes constantemente influenciados pelo movimento das marés. Seu solo é tipicamente lodoso, formado por grãos muito finos e pequenos, muitas vezes escuro pelo excesso de matéria orgânica que nele é encontrado.

Na restinga são caracterizados os ambientes que se encontram na transição do manguezal para a mata de encosta, em planícies costeiras. E a mata de encosta é o início da Mata Atlântica que se encontra na planície costeira em transição com o ambiente de Restinga. É assim classificado por se tratar de um ambiente com vegetação densa e de grande porte.
A vegetação da Mata Atlantica está completamente relacionada ao relevo da região, há uma grande diversidade de vegetais que variam conforme a latitude, o relevo, a orientação das vertentes, a insidencia solar e os solos.
O clima na região das florestas é caracterizado pela intensa úmidade, gerada pelos ventos carregados, que barrados pelos acidentes orográficos na zona costeira, encontram correntes de ar com diferentes temperaturas fazendo com que o excesso de vapor d´água se precipite em forma de chuva ou nevoeiro.  A úmidade local favorece o processo de decomposição de materias orgânicas no meio, é notório a grande presença de insetos que participam deste processo.
Em meio a mata, pudemos observar diversas relaçoes ecologicas como a curiosa sobrevivencia dos líquens, associação de fungos e algas em uma relação de mutualismo, onde  alga fornece alimento ao fungo e este oferece proteção a alga, os líquens são importantes indicadores de qualidade do ar, suas cores podem indicar substancias abundantes na atimosfera local.
Ao final da trilha pudemos nos deliciar com uma paia paradiziaca e conhecer mais sobre a comunidade local e sua luta para a presenvação local e garantia dos direiros daqueles que sempre ali habitaram e fizeram sua história respeitando a fauna e flora local.
 Há mais de cinquenta anos essas famílias vivem na Praia do Sono e dos rcursos fornecidos por esta, como a pesca artesanal e a agricultura, constituindo uma comunidade caiçara tradicional. Com a abertura da estrada Rio-Santos na década de 70, um grande especulador de terras comprou e indenizou, ficando apenas poucas pessoas que lutam bravamente pela posse de suas terras. Atualmente, vivem também do turismo sazonal, lutando pela concsientização ambiental.

Líquens
Líquens
Catedral
Praia do Sono
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